[BR] Sobre as cicatrizes da vida

Feliz ano novo, minha gente! Tem um tempo que eu não venho aqui, né? A última newsletter foi em Maio e foi em inglês. Pra quem me acompanha só em português, eu falei de planos de quadrinho e design de jogos, mas o mais importante é que eu falei do doutorado.

E é sobre o doutorado que eu quero falar agora.

Minha carreira acadêmica começou cedo, lá no segundo semestre da graduação, quando uma professora disse que a gente podia fazer o trabalho sobre eventos de anime e meus olhinhos brilharam. Me apaixonei pelo campo e de lá, consegui bolsa de pesquisa num dos laboratórios da Uerj.

Não foi nesse lab que eu me encontrei, mas foi por causa dele que eu conheci minha orientadora e a linha de pesquisa que sigo até hoje. Saí desse primeiro lab pra ser bolsista no laboratório da minha orientadora.

Ela me orientou na monografia. Fiz um trabalho sobre narrativa e materialidade analisando a adaptação de contos de fada na série Once Upon a Time.

De lá fui pro mestrado e ela me orientou de novo. A dissertação foi sobre criatividade em fanfic e até hoje eu rio quando penso que posso dizer que sou Mestre em Fanfic e não estarei nem mentindo nem exagerando.

Entrei no doutorado em 2019. Ela foi minha orientadora de novo. E a tese foi sobre cognição e criatividade nos RPG de mesa.

A não ser que você esteja vivendo numa bolha, todo mundo sabe o que veio logo depois. Doutorado é um curso de 4 anos, o que significa que a maior parte do meu trabalho, eu fiz durante a pandemia.

E eu fui uma das pessoas sortudas. Eu tive bolsa durante o doutorado, meu tema me permitia pesquisar online, dá pra fazer sessões de jogo via discord e outros recursos.

E ainda assim, foi durante a defesa que eu percebi o quanto a pandemia afetou meu trabalho.

Eu tive COVID lá em 2021. E eu sabia que tinha ficado com sequela. Pensar era mais difícil que antes, concatenar ideias exigia um esforço hercúleo. Achei que tinha melhorado o suficiente. Achei que estava bem. Mas não tava.

A minha tese saiu afetada por tudo isso e encarar essa realidade dói. Eu sobrevivi, mas só agora tô começando a perceber as cicatrizes que ficaram.

Defendi dia 20 de dezembro e fui aprovada.

Mas sinto que falhei.

Porque tô falando de tudo isso? Um dos motivos é explicar o meu sumiço. O outro é pra falar do futuro. Porque eu não falhei. Eu sobrevivi.

Ainda tenho que ajeitar alguns detalhes pra entregar a tese na biblioteca e dar entrada no diploma, mas já posso dizer que sou Doutora em Comunicação. Doutora em RPG.

E 2024 é só o começo de um novo ciclo.

Planos para o futuro

Agora que eu terminei o doutorado, posso focar nos meus projetos pessoais enquanto estudo pra concuros. E são muitos!

Minha meta é lançar 2 contos esse ano, um por semestre. Ainda não sei exatamente sobre o que serão, mas até março eu decido.

Também quero movimentar o Patreon / Ko-fi / Catarse com uma história seriada - pra atualizar um capítulo por vez. E a ideia da vez é um reconto de Crepúsculo, só que no Brasil e com poliamor. Ainda não tem data pra começar e eu não sei se vai ser em português primeiro ou inglês, mas sairá nos dois idiomas.

Como eu falei na última newsletter, tenho planos pra fazer uma HQ, mas esse tem menos prioridade. A história tá se formando na minha cabeça, mas é um projeto que exige muito mais do que só a história, então se quiser saber como tá sendo esse processo, sugiro me apoiar no Catarse pra saber dos bastidores.

E, é claro, tem os meus projetos de joguinhos. Que são vários. Tem um que eu só preciso finalizar o quick play e as fichas pra poder lançar em inglês. Aí fica faltando fazer a tradução pra português. Um outro que tá no forno é mais complexo e vai levar mais tempo, mas tô animada porque vai ser um sistema próprio que eu vou deixar aberto pra quem quiser adaptar no próprio RPG.

E, por último, tem os projetos que não são só meu.

Quero voltar com a Revista Avessa, mas tenho que conversar com a equipe pra ver como vai ser o formato nesse retorno.

E tem o podcast Andarilhos do Imaginário que eu posso dizer que volta em março! A gente já tá gravando episódios e temos várias ideias!

Lendo, jogando e assistindo

Tô obcecada com The Apothecary Diaries, tanto anime quanto mangá. É a história da filha de um apotecário, apaixonada por venenos que faz experimentos em si mesma, que acaba no palácio e se envolve em tramas com cortesãs, oficiais do exército e até o próprio imperador. A Maomao é uma protagonista inteligente e sensata e eu AMO acompanhar as loucuras que acontecem em volta dela e que, por mais que ela tente não se envolver, o Jinshi não deixa! Ela é o tipo de pessoa que vê o problema, entende o problema e dá de ombros, porque o problema não é dela, o que abre a porta pra momentos engraçados que eu não vou contar porque spoiler.

Também comecei a ver Fluffy Paradise, anime em que a protagonista é uma mulher trabalhadora do nosso mundo que morre de exaustão e renasce num mundo fantástico com poderes de ser amada por todas as criaturas não-humanas instantaneamente. E o anime acompanha essa nova vida dela desde o nascimento, então não são só os animais e criaturas que ela encontra que são fofos, ELA TAMBÉM É UMA CRIANÇA EXTREMAMENTE FOFA!

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